A inovação aberta se baseia na articulação dos diferentes atores do ecossistema de negócios, promovendo um modelo colaborativo que gera valor estratégico para a empresa. Seguindo a abordagem clássica de H. Chesbrough (2006), "a inovação é um paradigma que assume que as empresas podem e devem utilizar tanto ideias externas quanto internas, assim como caminhos internos e externos para alcançar o mercado em seu desenvolvimento tecnológico".
Essa abordagem sempre fez sentido, considerando que desde o início de nossa história, desempenhamos um papel crucial em potencializar conexões, aproximando empresas e universidades, por exemplo. Com o tempo, acumulamos experiências práticas e implementamos ferramentas de inovação aberta desde 2011, amadurecendo nossa visão. Inicialmente focada em P&D, a inovação aberta mediada por uma plataforma conectava empresas "demandantes" com atores "ofertantes", investigando o "O que fazer" e "Como fazer", fosse com usuários (público-alvo) ou especialistas.
Hoje, a inovação aberta se expande para incluir uma atuação em rede das organizações, envolvendo:
Processos de co-criação;
Modelos de negócio colaborativos;
Lógica de geração de valor compartilhado.
Essa nova visão da inovação aberta nos leva a imaginar uma empresa sem limitações físicas, como uma membrana celular que permite trocas constantes entre os ambientes interno e externo. Essa "célula" está imersa em um meio ambiente rico, potencializando e valorizando essas trocas com o ecossistema, maximizando conexões e construindo estruturas e recursos compartilhados entre agentes internos e externos.
Para implementar a inovação aberta, uma organização deve compreender questões centrais:
Definição da visão de futuro, territórios de negócio e direcionadores estratégicos. A inovação aberta permite uma mudança de paradigma, passando de uma abordagem "baseada em problemas x focada em soluções" para uma "orientada por desafios". Encarar os desafios é possível por meio da co-construção de soluções, ouvindo e engajando outros agentes.
Compreensão do ecossistema de negócios, mapeamento dos atores, competências e tecnologias. A inovação aberta se faz em rede, potencializando relações com múltiplos stakeholders e trocando conhecimento de forma multidirecional.
Desenho dos modelos de interação, colaboração e parceria conforme as diretrizes e desafios do negócio. Existem diversas formas/mecanismos de interação, e o objetivo é maximizar as "frentes de ataque" com iniciativas diversificadas de inovação aberta de forma estratégica.
A jornada da inovação aberta não deve ser restrita a exemplos, mas sim maximizada:
Identificação de onde estão os conhecimentos, como se conectar, e compreender quais capacidades, recursos ou outros ativos faltam internamente ou podem ser oferecidos ao mercado.
Busca de complementaridade estratégica com ciclos acelerados de inovação, agregando novos conhecimentos de múltiplos parceiros em cada fase e aplicados em soluções. Esses ciclos curtos são sustentados por relações de longo prazo, multiplicando o valor gerado e compartilhado entre todos os envolvidos.
A colaboração desempenha um papel chave, atuando como catalisadora de conexões, co-criação e geração de valor. Isso permite acelerar a produção de inovações com potencial de gerar impacto positivo para a empresa, seus parceiros e a sociedade. Para enfrentar desafios, a empresa deve propor ações transversais (internas/externas) de abertura e co-criação, sempre alinhadas ao planejamento estratégico.
Conforme a Harvard Business Review destacou em "Why Now Is the Time for Open Innovation" (2020), as empresas estão buscando abordagens colaborativas e voltando-se para a inovação aberta para envolver e fortalecer todos os envolvidos. Isso permite gerar soluções criativas e inesperadas, com conhecimento e tecnologia desenvolvidos em uma velocidade sem precedentes. A colaboração continuará sendo crucial, expandindo o espaço para a criação de valor por meio de novas parcerias e relações de longo prazo.
Durante a pandemia, as formas de colaboração foram reinventadas, aproximando e escalando parcerias a nível global. Esperamos que os resultados positivos dessas mudanças sejam absorvidos e multiplicados no longo prazo. Portanto, reflita sobre o potencial da inovação aberta para sua organização.
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