Como ter foco nas escolhas inovativas?

Lucas | Inovação
19 Jul, 2024 | Atualizado em 19 Ago, 2024
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       Em vários workshops de ideação com a finalidade de auxiliar no processo de geração de novas ideias para desafios e oportunidades identificadas, seja em dinâmicas presenciais ou remotas, o receio dos participantes e dos organizadores de primeira viagem é sempre o mesmo: “e se não surgir nenhuma ideia?”. Na verdade, surgem tantas ideias que o desafio da inovação também envolve foco e escolhas! 

       Não se preocuparem com isso, pois, embora frustre as expectativas de muitos que ainda não trabalharam diretamente com inovação, o problema geralmente é o oposto: como selecionar as ideias a serem desenvolvidas em meio a centenas (sim, centenas!) de opções geradas? 

       Hoje, vamos abordar o desafio da priorização de ideias e compartilhar algumas boas práticas que nos ajudaram em nossos projetos a manter o processo inovativo ágil, mesmo com o excesso de ideias e a dificuldade na priorização. Isso esclarece que inovação também envolve foco e escolhas! 

       Nos últimos anos, diversas metodologias práticas de ideação para inovação corporativa foram desenvolvidas e disseminadas, a maioria delas visando ajudar um grupo a ter boas ideias. Um processo de ideação, se bem orientado por uma questão relevante para o negócio e bem conduzido por ferramentas que exploram o melhor do indivíduo e do coletivo de forma cooperativa, certamente gerará uma grande quantidade de boas ideias. O processo de divergência, onde os participantes exploram diferentes perspectivas sobre o desafio proposto para pensar em várias soluções, é bem suportado por diversas ferramentas atuais, além de se encaixar perfeitamente no perfil de pessoas criativas, que geralmente participam mais ativamente desse tipo de atividade. 

       Tão importante quanto o processo de divergência é o de convergência. Este é responsável por analisar opções e tomar decisões, sendo crucial para manter o ritmo do processo de ideação. Embora existam ferramentas para ajudar os times na análise e priorização de ideias, percebo que geralmente há uma dificuldade significativa nesse ponto. Como não é possível executar muitos ideias simultaneamente, a falta de um processo eficaz de convergência é um dos grandes desafios dos processos de inovação, afastando as ideias de sua execução. As razões para esse desafio são diversas, mas destaco duas principais: 

  • Os perfis que participam de sessões de ideação geralmente são criativos, o que muitas vezes dificulta a tomada de decisão. A ausência de diversidade nesse aspecto ocorre frequentemente porque as pessoas associam atividades de inovação apenas a esse tipo de perfil, o que não é correto. 

  • Processos de priorização típicos das atividades diárias dos negócios, quando aplicados a ideias, geram dificuldades na tomada de decisão, pois muitas ideias carregam um elevado nível de incerteza, tornando a decisão “go / no go” difícil ou pouco assertiva, especialmente com ideias "fora da caixa". 

       Portanto, a capacidade de ter um pensamento que diverge e converge sucessivamente é uma das competências mais importantes para uma equipe de inovação, com foco e habilidade para escolhas. Essa capacidade é a chave para a execução de boas ideias e a geração de valor decorrente. É importante que o time como um todo possua essa capacidade, e não necessariamente cada pessoa individualmente, pois o processo de ideação pode e deve contar com a virtude do olhar sistêmico coletivo. 

       Não é à toa que o conceito de Design Thinking, amplamente disseminado no contexto da inovação corporativa, possui um processo chamado “Duplo Diamante”, como mostrado na imagem abaixo, para garantir que durante o processo de inovação o time passe por pelo menos dois momentos de divergência-convergência. Quem já viveu o Design Thinking na prática sabe que esse tipo de pensamento convergente-divergente ocorre constantemente, especialmente quando o mindset dos envolvidos já está alinhado com uma cultura de inovação. 

       É possível identificar padrões de sucesso nos workshops de ideação, com ferramentas e processos aplicados que resultaram na identificação e seleção de boas ideias. Compartilho com vocês as principais boas práticas para o processo de priorização das ideias: 

  • Criar um ambiente seguro para a exposição de pontos de vista: é importante que todos os participantes tenham voz e se sintam seguros em expor opiniões e pontos de vista. Mesmo que o time conte com pessoas criativas, o processo deve estabelecer momentos em que se valorize ideias que no contexto cotidiano do negócio seriam vistas como “malucas” ou “impossíveis”. Mesmo que essas ideias não sejam selecionadas, elas podem alavancar outras ideias derivadas que podem ter alta aderência ao desafio proposto. Esses momentos permitem à empresa pensar em alternativas “fora da caixa” e mudar o mindset de escolha na priorização. Caso esses espaços de segurança não existam, há o risco de as ideias selecionadas serem aquelas que já estão nas discussões cotidianas do negócio, devido ao desconforto dos participantes em defender pontos de vista diferentes. 

  • Explorar diferentes perfis em diferentes momentos do processo de inovação: um processo de ideação possui várias etapas, e os participantes não precisam ser os mesmos em todas elas. Por exemplo, na etapa de prototipagem da ideia, pode fazer sentido convidar pessoas com perfil “mão na massa” que eventualmente não gostariam de participar ou não gerariam valor na etapa de entendimento do desafio. Essa diversidade de perfis ao longo do processo pode ajudar a balancear o viés de convergência versus divergência em cada momento do processo, facilitando as decisões. 

  • Contar com um time multidisciplinar: equipes com competências distintas e complementares geralmente criam discussões ricas que, além de induzirem à geração de ideias mais inovadoras, permitem considerar diferentes pontos de vista ao selecionar as ideias mais aderentes aos desafios. Quanto mais diversificado o background do time, maior a chance de criar boas ideias e selecionar as melhores através de uma visão holística do desafio. 

  • Definir claramente critérios de seleção aderentes ao desafio e ao negócio: priorizações de “sim ou não” apenas pelo potencial da ideia não levam em conta outros critérios que podem ser críticos para a entrega de valor ao negócio. Por exemplo, algumas empresas preferem terminar um processo de ideação com um portfólio de ideias que possam dar resultado no curto, médio e longo prazo – para isso, utilizam um processo de seleção que força a identificação e escolha de ideias para essas “cestas”. Outras preferem garantir que os tipos de inovação envolvidos nas ideias sejam diversos: ideias de novos produtos, novos negócios, novos processos, novos canais etc. Assim, priorizar uma ideia apenas pelo seu potencial pode levar a um resultado pouco efetivo para o desafio proposto, além de gerar um sentimento de injustiça e contestação pelos apoiadores de ideias não selecionadas. 

  • Agrupar ideias similares antes do processo de priorização: escolher ideias dentro de um pool de opções que não foi previamente tratado gera dificuldade na escolha, pois geralmente contém ideias similares. Sobretudo quando há votação com votos limitados, não faz sentido avançar no exercício sem agrupar ideias similares para simplificar as escolhas e evitar o risco de insights importantes ficarem para trás. 

  • Contar com a agilidade de votações individuais simplificadas: votações nem sempre levam à escolha da melhor ideia em absoluto, mas muitas vezes a melhor opção é aquela que traz consenso, pois sabemos que toda ideia terá de ser modificada, transformada e ajustada várias vezes antes de encontrar aderência com a necessidade do seu público-alvo. Votações individuais podem ser um caminho simples para acelerar o processo, mas devem ser realizadas considerando critérios aderentes aos desafios, a fim de não se tornarem simplórias. 

  • Ter um processo de teste de ideias antes da escolha final: as ideias, especialmente as mais disruptivas, carregam um nível de incerteza alto que, se não validadas, serão escolhidas para desenvolvimento baseadas em suposições pessoais de quem eventualmente não está na pele do usuário/cliente. Processos de teste, prototipagem e validação permitem que a priorização dependa menos dos ideadores e mais dos usuários a quem as ideias deveriam entregar valor, sendo, portanto, mais assertivos e menos incertos.  

       Por fim, sempre reforçamos que não há uma receita única para inovação, mas o aprendizado pode ser acelerado através de boas práticas de quem já enfrentou desafios semelhantes. O importante é integrar essas boas práticas na cultura da organização para criar um processo único que maximize o valor gerado para o negócio, promovendo a inovação com foco em resultados. 

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