Result-Driven Innovation

Diversas Definições de Inovação 

       Há muitas definições de inovação. Em geral, a maioria envolve um elemento de criação e novidade, mas também de concretização e resultados. Um exemplo: "inovar é explorar novas ideias com resultados". Por isso, o termo "inovação orientada a resultados" é quase redundante, pois uma inovação só é verdadeiramente inovação se já tiver entregado o resultado pretendido. Caso contrário, é apenas uma invenção. No entanto, no atual contexto, o uso do pleonasmo se torna conveniente, pois estamos entrando em um novo ciclo para a inovação corporativa, que exigirá muitos resultados e eficácia dos esforços inovativos. Ações sem resultados claros estarão cada vez mais fora das organizações. 

Revisão Histórica da Gestão da Inovação 

       Vale a pena fazer uma rápida retrospectiva para entender os movimentos da gestão da inovação nos últimos anos. Inicialmente, a estruturação da inovação corporativa focava na gestão da criatividade. Essa era a fase das inúmeras sessões de ideação, quando a importância da ideia em si era ainda muito alta. Com a percepção de que muitas ideias não respondiam às necessidades reais dos clientes ou do negócio, as organizações começaram a exigir um claro propósito e direcionamento nos esforços de inovação, dando início à fase das estratégias de inovação. 

       Por fim, com a crescente percepção de que mesmo boas ideias bem direcionadas, se não executadas, permanecem apenas como ideias sem gerar valor, há uma pressão cada vez maior para que esses esforços se transformem em inovações concretas. Em inovações de resultado, justificando o pleonasmo do início do artigo. 

Cadeia de Valor do Esforço Inovativo 

       Atualmente, pode-se dizer que existe uma "cadeia de valor" do esforço inovativo corporativo. O equilíbrio entre as atividades de visão, criação e execução pode ser a chave para um processo de inovação mais assertivo e com melhores resultados. O que se observa nos últimos anos é o aumento da importância da execução nesse equilíbrio, destacando sua relevância, especialmente em tempos de grandes mudanças. 

Result-Driven Innovation: O pleonasmo da Inovação 

       O período atual é caracterizado por uma das maiores densidades de transformação que já vivemos como sociedade organizada. Os impactos e desafios para as organizações são significativos, com forte pressão sobre o caixa das empresas, que, salvo algumas exceções, estão reduzindo investimentos. Mesmo assim, os líderes empresariais estão contando com seus esforços inovativos para superar a crise. 

Necessidade de Resultados em Inovação Corporativa 

       Nesse contexto, não há espaço para processos inovativos que consomem muito tempo e recursos. A inovação corporativa precisa cada vez mais ser orientada por resultados, incorporando discussões sobre emissão de notas fiscais, fidelização de clientes, redução de custos, geração de novas fontes de receita em novos mercados, redução de riscos críticos, entre outros elementos de valor para o negócio. 

       Um dos maiores aprendizados das organizações tem sido a importância da adaptabilidade para a sustentabilidade do negócio. Isso reforça a necessidade de esforços inovativos baseados em processos que colham iterativamente pequenos resultados concretos, pois na prática, a adaptabilidade requer resultados antecipados para o redirecionamento ágil dos próximos esforços. 

Essência da Agilidade 

       Essa é a essência da agilidade: não simplesmente avançar linearmente de forma mais rápida, mas progredir iterativamente na "cadeia de valor" da inovação, alcançando pequenos resultados mensuráveis e, a partir do aprendizado, reiniciando a cadeia para ampliar o valor entregue. 

Cultura de Inovação 

       Esses conceitos já existiam antes da pandemia, mas agora ganham mais força, transformando a inovação corporativa. Para um processo inovativo realmente orientado a resultados, além da conexão direta com a estratégia e da agilidade/flexibilidade mencionadas, a disseminação do esforço de inovação por toda a organização se torna cada vez mais imperativa. 

Manter a inovação isolada do resto da empresa dificulta a preparação da organização para enfrentar momentos semelhantes aos que vivemos hoje. Essa mudança, porém, não é simples e exige esforços para que a inovação surja em toda a organização, além de uma cultura apropriada e a disseminação das competências necessárias. 

Importância da Cooperação 

       Por fim, um ingrediente-chave que tem demonstrado eficácia para aumentar a assertividade dos esforços de inovação é a cooperação, seja entre pessoas dentro da organização ou entre diferentes atores do ecossistema. São raras as discussões sobre inovação que não mencionam a relevância das pessoas no centro do processo inovativo. 

Nesse contexto, duas formas de inovação corporativa se destacam pelo caráter colaborativo: o intraempreendedorismo, como atividade de cooperação interna, e a inovação aberta, como cooperação externa. Esforços desse tipo, desde que "sem espuma", consolidam-se como instrumentos para aumentar a eficiência e assertividade das atividades de inovação. 

Conclusão 

       Esperamos que em breve a inovação corporativa incorpore totalmente o mindset de resultado, de modo que o pleonasmo do título do artigo perca completamente seu sentido.